segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Campos do Jordão: a última (e maneiríssima!) parada antes de voltar ao Rio!



















Ontem, domingo, 18 de janeiro, encerramos nossa viagem de férias 2008-2009. Após uma rápida estada em curitiba (depois de encarar nove horas de estrada, vindos de bento gonçalves), enfrentamos mais nove horas de estrada até a nossa última parada antes da volta ao rio de janeiro: Campos do Jordão, bela cidade serrana paulista. Estivemos lá em 2003, curtindo um feriado de carnaval. Voltar à cidade foi um belo presente de fim de férias, pois tínhamos boas recordações de lá.

Ficamos hospedados na pousada dos quatis, a mesma de 2003. É uma boa pousada, com vários chalés espalhados por uma grande área verde. Fica localizada no bairro recanto feliz, pertinho do capivari, o burburinho de campos do jordão. 

Ao chegarmos na pousada, uma surpresa: a minha mochila estava 'vazando' algo bem no banco traseiro do TR4. O cheiro era forte e muito desagradável. Ao abrirmos ela no chalé, descobrimos a causa: bananas, laranjas e tangerinas estragadas! Elas estavam na mochila há mais de cinco dias, desde a nossa trilha no canion fortaleza, em cambará do sul! 

A mochila e o chapéu que comprei em floripa ficaram 'empestiados'  com o cheiro de podre. Tivemos que lavar as peças com a água quente do banheiro da pousada e deixá-los sob a ação do sereno e do vento para dar uma melhorada no aroma nada nada agradável...
    
Na noite de sexta, 16/1, fomos comer no arte da pizza, recomendadíssimo do guia quatro rodas 2009. O restaurante fica localizado dentro do hotel senac, bem escondido, localizado num dos primeiros bairros de CJ, que agora no momento não lembro o nome. Mas vale a pena ir lá! A pizza é uma beleza! Supercrocante, se come com as mãos mesmo, sem garfo (uma proposta da casa). Pedimos uma grande, mezzo calabresa, mezzo napolitana. Enquanto eu e Priscila deliciávamos uma cerveja baden baden artesanal (produzida pela cervejaria homônima, o point de CJ), os meninos iam de coca (Edu) e h20 (Leo). Na hora em que chegou a pizza, o chef veio nos pedir desculpas porque tinha confundido os pedidos e, em vez da mezzo napolitana, colocou a mezzo aliche. Como eu não como peixe, ele mesmo assim pediu, se quiséssemos, que poderíamos saborear a de aliche, sem custo, ou seja: de graça! Em seguida, o chef preparou a nossa napolitana, que, aliás, estava uma delícia!

Depois da pizza, resolvemos comer sobremesa num café que nos deixou uma engraçada recordação da viagem de 2003. É um café típico em estilo alemão, localizado no capivari, bem decorado (tem até quadro com imagens de nativos americanos...), onde as garçonetes se vestem a caráter. Naquela vez, Edu (sempre ele...) pagou o maior mico, após beber chocolate e, em seguida, coca-cola. Já deu para imaginar a cena dantesca... Claro que o dono do café ou as garçonetes nem de longe nos reconheceram, mas foi legal ter voltado lá, pois nos divertimos muito com essa 'recordação' do Edu.

Na manhã de sábado, fomos curtir o horto, belíssimo local, arborizado e muito agradável. Fizemos uma caminhada de uma hora até a cachoeira, onde ficamos ali lembrando a vez em que estivemos nela primeira vez, em 2003. Foi lá que eu ensinei o Edu, então com sete anos, a amarrar o cadarço do tênis.

Uma baita chuva nos pegou no meio do caminho de volta. Esperamos ela passar e fomos para o capivari almoçar. Após o almoço ficamos ali, de bobeira, andando pelas ruas, e shoppings, e lojas... Aproveitamos para experimentar o chocolate cremoso de CJ: uma delícia, tão bom quanto o de gramado.

À noite, fomos ao matterhorn (restaurante que leva o nome de um dos picos da suíça; estive lá pertinho na minha viagem mochileira pela europa em 1995) saborear um fondue de queijo. 

Como o frio estava pegando forte, resolvemos dormir cedo para descansar e preparar para as últimas cinco horas de viagem de volta ao Rio de Janeiro!

Foram férias ótimas! Nove cidades em 23 dias: Registro (SP), Floripa, Urubici (SC), Cambará do Sul, Canela, Gramado, Bento Gonçalves (RS), Curitiba (PR) e Campos do Jordão (SP). Nos divertimos bastante, rimos muito, fizemos amizades, conhecemos novos lugares, retornamos a outros. Ficam as lembranças e, claro, a motivação para preparar o roteiro para as férias de 2010!

      

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bento Gonçalves, 2: maria fumaça e vinícolas



























































































































































































































































































































Pulamos cedo da cama para conhecer o passeio famoso da maria fumaça de Bento Gonçalves. Saímos do hotel michellon às 8h30 e às 9h já estávamos dentro de um dos vagões da composição que nos levaria a Garibaldi e à Carlos Barbosa em mais ou menos 1h30 e passeio. Logo na chegada à estação de Bento, já sentimos o clima de descontração: muitos turistas degustando vinho ou suco de uva e cantando e dançando ao som de um grupo regional que executava 'standarts' italianos passados de pai para filho desde a chegada dos primeiros imigrantes ao Rio Grande, em 1875.

Dentro do trem, shows de música, dança e esquetes retratando as culturas gaúcha e italiana. Eu e Priscila até arriscamos uns passos de música italiana auxiliados pelo grupo de dança que animou a maria fumaça.
Quando chegamos em Garibaldi, mais música, dança, vinho e suco de uva! É realmente uma cultura fascinante e muito diferente do que estamos acostumados de ver no Rio de Janeiro.

Em Carlos Barbosa, pegamos um ônibus de volta à Bento para assistir ao espetáculo "Epopéia Italiana", que retrata a saga dos imigrantes italianos. Eles aqui chegaram pela primeira vez em 1875, com a promessa de receber terras do império brasileiro para estabelecer culturas agrícolas. Para eles, a América era o "paradiso", mas as dificuldades começaram antes mesmo de desembarcarem no Brasil.
Muitos não conseguiram chegar ao país. Atacados por doenças contagiosas, muitos italianos morreram durante a travessia do atlântico. Os que resistiram, ao chegarem ao país, sentiram que as dificuldades não tinham nem começado... Alguns imigrantes chegaram a ficar 15 dias no meio do mato, antes de se estabelecerem no local onde seria fundada a cidade de Bento Gonçalves.
Pertinho daqui do Michellon tem a queijaria valbrenta. Passamos lá rapidinho - onde degustamos e compramos algumas delícias - e, à tarde, fomos conhecer três vinícolas no vale dos vinhedos. A primeira foi a Don Laurindo, pertencente à família Brandelli. O patriarca, Laurindo Brandelli, é neto de Marcelino Brandelli, imigrante que aqui chegou em 1887, vindo de Zévio, povoado da então província de Verona, no norte da Itália. A Don Laurindo, junto com a Don Cândido, são duas das poucas vinícolas que produzem vinhos com a uva malbec, uma das minhas preferidas.
De lá, partimos para conhecer a Millantino, uma vinícola pequena, artesanal, mas que produz bons vinhos. Compramos um da uva baldego, safra 2006 (italiana) e outro rosé, 2008.

Nossa última visita do dia foi à vinícola Miolo, fundada por Giuseppe Miolo em 1897. É uma das maiores do Vale dos Vinhedos e do Brasil, junto com a vinícola Aurora.
Conhecer vinícolas é um boa oportunidade para saber mais sobre os processos de plantação, produção e armazenamento da uva/vinho. E ainda por cima visitar parreirais, caves e ver as pipas/barricas/tonéis de carvalho cheios de vinhos maturando, esperando o ponto certo para serem comercializados.

Essas foram nossas atividades finais em Bento Gonçalves. Amanhã vamos começar nossa viagem de retorno ao Rio de Janeiro! Mas todos nós estamos muito contentes e adoramos conhecer o vale dos vinhedos, o caminho de pedra, Bento Gonçalves e todas as cidades desse estado com uma gente super-hospitaleira e educada como é o Rio Grande do Sul!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caminhos de Pedra: queijos, vinhos, história, arte e cultura italiana!
























































terça-feira foi dedicada totalmente ao Caminhos de Pedra, uma rota gastronômica-cultural onde estão localizadas várias construções de pedra, feitas por italianos que aqui chegaramo no final do século 19, ou por seus descendentes.

Entre Bento Gonçalves e Caxias do Sul existem mais de 140 casas de pedra. Hoje visitamos algumas delas, perto daqui do vale dos vinhedos: casas do tomate e do refrigerante artesanal (com gaseificação produzida por bactérias do ar), das massas caseiras (Vanni), da erva-mate (Ferrari), das vinícolas (Strapazzon e Salvati & Sirena, onde degustamos queijos, vinhos e sucos de uva), dos queijos e iogurtes (Casa da Ovelha, que vende deliciosos laticínios feitos com leite de ovelha e onde o dono do estabelecimento parece mesmo com esse caprino!), da tecelagem (onde tem um tear de 120 anos que ainda funciona perfeitamente!) e obras de arte (atelier Bez Batti, com suas magníficas peças feitas de basalto).

Vimos também alguns conjuntos de construções de pedra, como o residencial barp (três casas construídas pelo imigrante Giovanni Barp por volta de 1878), a Casa Merlin, a maior casa de pedra da região, com 400 metros quadrados, três pavimentos e 43 janelas, e o relógio solar de pedra.

Amanhã vamos viajar na maria fumaça, que faz o trajeto Bento Gonçalves até Garibaldi em cerca de uma hora e meia.