quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bento Gonçalves, 2: maria fumaça e vinícolas



























































































































































































































































































































Pulamos cedo da cama para conhecer o passeio famoso da maria fumaça de Bento Gonçalves. Saímos do hotel michellon às 8h30 e às 9h já estávamos dentro de um dos vagões da composição que nos levaria a Garibaldi e à Carlos Barbosa em mais ou menos 1h30 e passeio. Logo na chegada à estação de Bento, já sentimos o clima de descontração: muitos turistas degustando vinho ou suco de uva e cantando e dançando ao som de um grupo regional que executava 'standarts' italianos passados de pai para filho desde a chegada dos primeiros imigrantes ao Rio Grande, em 1875.

Dentro do trem, shows de música, dança e esquetes retratando as culturas gaúcha e italiana. Eu e Priscila até arriscamos uns passos de música italiana auxiliados pelo grupo de dança que animou a maria fumaça.
Quando chegamos em Garibaldi, mais música, dança, vinho e suco de uva! É realmente uma cultura fascinante e muito diferente do que estamos acostumados de ver no Rio de Janeiro.

Em Carlos Barbosa, pegamos um ônibus de volta à Bento para assistir ao espetáculo "Epopéia Italiana", que retrata a saga dos imigrantes italianos. Eles aqui chegaram pela primeira vez em 1875, com a promessa de receber terras do império brasileiro para estabelecer culturas agrícolas. Para eles, a América era o "paradiso", mas as dificuldades começaram antes mesmo de desembarcarem no Brasil.
Muitos não conseguiram chegar ao país. Atacados por doenças contagiosas, muitos italianos morreram durante a travessia do atlântico. Os que resistiram, ao chegarem ao país, sentiram que as dificuldades não tinham nem começado... Alguns imigrantes chegaram a ficar 15 dias no meio do mato, antes de se estabelecerem no local onde seria fundada a cidade de Bento Gonçalves.
Pertinho daqui do Michellon tem a queijaria valbrenta. Passamos lá rapidinho - onde degustamos e compramos algumas delícias - e, à tarde, fomos conhecer três vinícolas no vale dos vinhedos. A primeira foi a Don Laurindo, pertencente à família Brandelli. O patriarca, Laurindo Brandelli, é neto de Marcelino Brandelli, imigrante que aqui chegou em 1887, vindo de Zévio, povoado da então província de Verona, no norte da Itália. A Don Laurindo, junto com a Don Cândido, são duas das poucas vinícolas que produzem vinhos com a uva malbec, uma das minhas preferidas.
De lá, partimos para conhecer a Millantino, uma vinícola pequena, artesanal, mas que produz bons vinhos. Compramos um da uva baldego, safra 2006 (italiana) e outro rosé, 2008.

Nossa última visita do dia foi à vinícola Miolo, fundada por Giuseppe Miolo em 1897. É uma das maiores do Vale dos Vinhedos e do Brasil, junto com a vinícola Aurora.
Conhecer vinícolas é um boa oportunidade para saber mais sobre os processos de plantação, produção e armazenamento da uva/vinho. E ainda por cima visitar parreirais, caves e ver as pipas/barricas/tonéis de carvalho cheios de vinhos maturando, esperando o ponto certo para serem comercializados.

Essas foram nossas atividades finais em Bento Gonçalves. Amanhã vamos começar nossa viagem de retorno ao Rio de Janeiro! Mas todos nós estamos muito contentes e adoramos conhecer o vale dos vinhedos, o caminho de pedra, Bento Gonçalves e todas as cidades desse estado com uma gente super-hospitaleira e educada como é o Rio Grande do Sul!

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